STEM é a sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (Science, Technology, Engineering, and Mathematics). O termo surgiu nos Estados Unidos, na década de 1990, para descrever o conjunto de áreas do conhecimento que mais crescem em importância na economia. Com o passar do tempo, o termo passou também a ser usado para se referir a carreiras nestas áreas de conhecimento.
Atualmente, o STEM é visto como uma importante estratégia para o desenvolvimento econômico e social de países em todo o mundo, incluindo o Brasil. Regra geral, a educação STEM está voltada para o ensino e aprendizado de habilidades que serão úteis no mundo do trabalho, como a resolução de problemas, a criatividade, a colaboração, a comunicação e o pensamento crítico. Quando conjugadas, estas habilidades desenvolvem uma grande capacidade de adaptação, formando profissionais bem-sucedidos, independentemente da área de atividade que escolhem.
Embora o STEM seja uma estratégia importante para o desenvolvimento econômico global, a sua importância na educação para meninas é ainda mais significativa. Isso porque, tradicionalmente, as áreas do conhecimento associadas ao STEM têm sido dominadas por homens.
Por exemplo, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), as mulheres representam apenas 35% dos estudantes matriculados em cursos de graduação relacionados à ciência e à tecnologia em todo o mundo. No Brasil, essa desigualdade de gênero também é evidente, com mulheres representando apenas 28% dos formados em ciência, tecnologia, engenharia e matemática, de acordo com dados do Ministério da Educação.
Essa desigualdade de gênero no STEM tem diversas consequências negativas para a sociedade como um todo. Em primeiro lugar, ela limita o acesso das mulheres às oportunidades de trabalho e de carreira em áreas de grande demanda e remuneração. Além disso, ela contribui para a falta de diversidade no desenvolvimento de tecnologias e soluções inovadoras, o que pode levar a soluções que não levam em conta as necessidades e perspectivas das mulheres.
Por isso, é fundamental que as meninas tenham a oportunidade de se envolver com o STEM desde cedo. Isso significa oferecer a elas acesso a atividades e projetos que possam despertar o interesse e a curiosidade em relação a essas áreas. Também é importante que as meninas tenham acesso a modelos de mulheres bem-sucedidas em carreiras STEM, que possam servir de inspiração e referência.
Felizmente, há diversas iniciativas em todo o mundo que estão trabalhando para promover o envolvimento das meninas com o STEM. Uma dessas iniciativas é a campanha internacional “Meninas nas Ciências”, liderada pela UNESCO e pela Organização das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres). A campanha tem como objetivo sensibilizar a opinião pública para a importância de se apoiar iniciativas que promovam a igualdade de gênero na ciência e incentivar as meninas a perseguir carreiras STEM. A campanha promove uma série de atividades, como workshops, palestras e fóruns de discussão, para engajar meninas e jovens mulheres em todo o mundo e inspirá-las a explorar o mundo da ciência.
No Brasil, também há iniciativas para incentivar as meninas a se envolver com o STEM. Uma delas é a plataforma Meninas na Ciência, criada pela Fundação Carlos Chagas em parceria com a ONU Mulheres e a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. A plataforma oferece materiais educativos e atividades lúdicas para que meninas do ensino fundamental e médio possam aprender sobre ciência e tecnologia de uma forma divertida e interativa. Além disso, também promove a troca de experiências entre meninas que se interessam por STEM, permitindo que elas se conectem e se inspirem mutuamente.
Outra iniciativa brasileira é o Programa Meninas Digitais, criado pela Sociedade Brasileira de Computação. O programa oferece workshops e palestras sobre tecnologia para meninas do ensino médio e fundamental, com o objetivo de mostrar a elas as oportunidades e desafios de carreira na área de tecnologia da informação e comunicação (TIC).
A importância do STEM para a educação das meninas é inegável. É todavia, importante que a participação das meninas seja assegurada desde cedo, garantindo que tem a mesma oportunidade que os meninos da mesma idade. O acesso em idade jovem ajudará a atenuar as diferenças, refletindo-se posteriormente na redução dos estereótipos existentes e na redução da desigualdade de género.
Por isso, é importante que pais, educadores e governantes trabalhem juntos para promover o envolvimento das meninas com o STEM desde cedo, oferecendo a elas acesso a atividades e projetos que possam despertar o interesse e a curiosidade. Também é fundamental que sejam oferecidos modelos de mulheres bem-sucedidas em carreiras STEM, para que as meninas possam se inspirar e acreditar que elas também podem conquistar o sucesso nessas áreas.